Ikopongo não é apenas o encontro em palco entre Iko-noklasta e Mc Katrogipolongo-Pongo, os dois rappers angolanos mais relevantes da sua geração. É bem mais do que isso.
No passado dia 5 de Novembro em Luanda, o que seria o encontro entre dois amigos, tornou-se notícia fora do país e "censura do estado", segundo a Amnistia Internacional, após duas salas terem sido encerradas nos dias anunciados para este show, sem qualquer explicação oficial;
amnistia.pt/index.php/o-que-fazemos/paises-em-foco/angola/2562-bloqueio-de-concerto-de-rap-em-angola-e-censura-do-estado
Mas resistir é um verbo conjugado pelos dois artistas e um hashtag que fica associado à transmissão em directo via web, onde acabaram por atingir nessa noite uma audiência superior à lotação de ambas as salas onde foram impedidos de actuar.
As suas carreiras têm sido carregadas de proibições e repressões, que têm funcionado sempre como (infelizes) operações de marketing, mérito de um regime que insiste em limitar a liberdade de expressão e a participação cívica em Angola. A morte de Arsénio Sebastião, um fã de MCK, por estar a cantar um tema seu na rua ou o caso extremo que envolveu Luaty Beirão, tornado notícia global, explicam a inevitabilidade de apresentar e assistir a este encontro.
Ikopongo é a celebração de 20 anos de cumplicidade e rimas que não perdem a urgência, com o acompanhamento magistral do Colectivo Jazzmática e do eterno cúmplice Pedro Coquenão.